José Sarney, o primeiro civil a presidir o país depois do golpe de 1964, celebrou data em cerimônia na Praça dos Três Poderes.
Redemocratização do Brasil completa 40 anos e é comemorada por chefes dos Três Poderes Reprodução/TV Globo Foram 21 anos de ditadura militar.
Processo encerrado há 40 anos, quando José Sarney, o primeiro civil depois do golpe de 1964, assumiu a presidência da república.
Em Brasília, a comemoração dos 40 anos da redemocratização foi no ponto mais simbólico da capital.
O Panteão da Pátria e da Liberdade Tancredo Neves, que fica na Praça dos Três Poderes.
Homenagens ao ex-presidente José Sarney, protagonista decisivo na transição da ditadura para a democracia.
Com quase 95 anos de idade, Sarney celebrou a força das instituições.
"As instituições que foram criadas por nós durante a transição foram tão fortes que já atravessaram dois impeachments, duas tentativas de mudança do estado de direito, no dia 8 de janeiro.
E agora, novamente, o nosso Supremo Tribunal Federal está julgando o que ele apurará que serão culpados". Na sexta-feira (14), em entrevista ao Em Pauta, da Globonews, Sarney relembrou a tensão que antecedeu o 15 de março de 1985, quando foi empossado como vice de Tancredo Neves.
Tancredo estava hospitalizado por causa de uma cirurgia abdominal.
O plano era que Sarney governasse até a recuperação dele.
Mas com o agravamento e morte de Tancredo 39 dias depois, Sarney cumpriu o mandato integral de Tancredo, governando por 5 anos. José Sarney foi avisado da posse na madrugada.
Ele ressaltou a importância daquele dia para o país.
"A democracia veio para ficar.
Ela veio para se constituir dentro de cada um de nós como um dogma que devemos seguir.
Temos problemas, temos.
Muito grandes, mas devemos ultrapassa-los.
Agora, temos homens públicos capazes de fazer aquilo que a minha geração fez". Representantes dos três poderes também celebraram o marco para a democracia.
Em uma rede social, o presidente Lula afirmou que "o presidente Jose Sarney governou sob constante ameaça dos saudosos da ditadura, mas com extraordinária habilidade e compromisso político criou as condições para que escrevêssemos a Constituição Cidadã de 1988, e mudássemos a história do Brasil.
Nestes 40 anos de democracia, apesar de momentos muito difíceis, demos passos importantes para a construção do país que sonhamos.
Um país democrático, livre e soberano".
O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos) disse: "a democracia é um bem inegociável.
Seguirei usando a carta magna como uma bússola na defesa do Brasil e dos brasileiros.
Em nota, o presidente do Supremo Tribunal Federal, ministro Luís Roberto Barroso, escreveu: "Nesse momento em que há escuridão no horizonte global, nós podemos ser as luzes do caminho.
Tenho muita fé no Brasil e creio que com integridade, civilidade, idealismo, competência e progresso social, temos tudo para sermos a sensação do mundo.
Democracia sempre."