A moeda norte-americana teve queda de 0,68%, cotada a R$ 5,8116.
Já o principal índice da bolsa de valores caiu 0,81%, aos 123.507 pontos.
Notas de dólar. Luisa Gonzalez/ Reuters O dólar fechou a sessão em queda nesta terça-feira (11), perdendo parte dos ganhos da véspera conforme investidores repercutiam o acordo de cessar-fogo da Ucrânia e seguiam atentos aos desdobramentos da política tarifária do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. Nesta terça-feira, a Ucrânia aceitou uma proposta dos EUA para um cessar-fogo imediato de 30 dias com a Rússia.
A proposta ainda precisa da aprovação de Moscou e ser assinada pelas partes envolvidas no conflito.
De qualquer forma, a notícia trouxe certo alívio, uma vez que pode ser positiva para o mercado de commodities. Mesmo assim, analistas ainda destacam o alto nível de incertezas em relação à política tarifária de Trump e diante dos sinais de uma possível desaceleração da economia e aumento dos preços no país.
A segunda-feira, classificada como um "dia sangrento" para os mercados por especialistas, já havia sido marcada por uma percepção generalizada de que os Estados Unidos devem passar por uma recessão econômica, uma das consequências dos juros altos no país por conta da inflação persistente, o que pode piorar pela política tarifária do presidente Donald Trump.
(Entenda mais abaixo) Além do cenário macroeconômico global, com foco nas tarifas de Trump e a reação da economia americana, o mercado também repercute a divulgação de novos indicadores econômicos no Brasil e nos EUA. O Ibovespa, principal índice acionário da bolsa de valores brasileira, a B3, também encerrou em queda. Veja abaixo o resumo dos mercados. Entenda o que faz o preço do dólar subir ou cair Dólar Ao final da sessão, o dólar recuou 0,68%, cotado a R$ 5,8116.
Veja mais cotações. Com o resultado, acumulou: alta de 0,37% na semana; queda de 1,77% no mês; perdas de 5,96% no ano. No dia anterior, a moeda americana teve alta de 1,06%, cotada a R$ 5,8515. a Ibovespa Já o Ibovespa caiu 0,81%, aos 123.507 pontos. Com o resultado, o Ibovespa acumulou: recuo de 1,22% na semana; alta de 0,58% no mês; e ganho de 2,68% no ano. Na véspera, o índice teve baixa de 0,41%, aos 124.519 pontos. O que está mexendo com os mercados? O destaque deste pregão ficou, mais uma vez, com o noticiário internacional.
Após o que foi chamado por especialistas de um "dia sangrento" para os mercados globais nesta segunda-feira, em meio a temores de que uma recessão dos EUA poderia vir adiante, os investidores estavam mais ponderados na sessão desta terça-feira. Parte do alívio veio após a Ucrânia concordar com um cessar-fogo imediato de 30 dias com a Rússia, o que pode ser positivo para o mercado de commodities.
Ainda assim, analistas continuam a soar o alarme de que os mercados serão penalizados diante do alto nível de incertezas com a política tarifária intermitente de Trump. "A incerteza e a volatilidade continuam neste mercado", disse Mona Mahajan, chefe de estratégia de investimentos da Edward Jones, à Reuters.
"O crescimento econômico começou a desacelerar antes mesmo da incerteza tarifária nos EUA.
Isso não é incomum no primeiro trimestre do ano, mas o que é incomum é aumentar a incerteza em torno da política." Em entrevista à Fox News no último domingo (9), Trump não descartou uma recessão e um aumento de preços no "período transitório" (de implementação) de suas medidas, e minimizou as preocupações das empresas com a falta de clareza de suas políticas tarifárias. Com isso, a Business Roundtable, uma associação sem fins lucrativos composta pelos CEOs das principais empresas dos EUA, marcou uma reunião com Trump nesta terça-feira.
A ideia seria pedir uma previsibilidade maior ao presidente norte-americano, sinalizando que a continuidade de uma guerra comercial poderia ser prejudicial à economia do país. O 'tarifaço' de Trump O presidente norte-americano tem constantemente ameaçado os principais parceiros comerciais do país com a implementação de tarifas de importação, mas também tem recuado de suas medidas com certa frequência. Na última semana, por exemplo, Trump voltou a isentar as tarifas de 25% anunciadas sobre as importações do Canadá e do México durante um mês.
A decisão veio após os dois países prometerem uma série de retaliações aos EUA pelas taxas impostas.
Antes, o republicano já havia adiado as tarifas, após ter feito um acordo com os dois países para que reforçassem a segurança de suas fronteiras.
Já na manhã desta terça-feira, Trump afirmou que vai dobrar a tarifa planejada sobre todos os produtos de aço e alumínio importados do Canadá pelo país, em resposta à província de Ontário, que impôs uma tarifa de 25% sobre a eletricidade exportada para os EUA.
Após o anúncio do presidente dos EUA, o premiê de Ontário voltou atrás. O vai e vem das tarifas de Trump tem aumentado as incertezas comerciais, com dúvidas sobre quais tarifas prometidas realmente entrarão em vigor e temores de que uma nova guerra comercial afete a inflação e o crescimento dos EUA e de vários outros países pelo mundo. Agora, a atenção fica com as novas taxas sobre aço e alumínio importados pelos EUA, previstas para entrarem em vigor amanhã.
A expectativa é que a medida tenha impacto em vários países do mundo, inclusive para o Brasil. Agenda de indicadores Na agenda econômica desta terça-feira, o destaque doméstico ficou com os dados de produção industrial do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Em janeiro, a indústria brasileira registrou uma variação nula — ou seja, de 0% — em relação ao mês anterior, depois de reportar três meses consecutivos de queda.
Em relação a janeiro do ano passado, porém, a produção industrial avançou 1,4%, e acumulou alta de 2,9% em 12 meses. Para Nicolas Borsoi, economista-chefe da Nova Futura Investimentos, os números indicam que a indústria brasileira inicia 2025 "em ritmo fraco" e com sinais de que todo o primeiro trimestre pode ser desafiador. "No geral, esse resultado reforça o cenário de desaceleração gradual da economia, com a indústria ainda enfrentando desafios para recuperar a queda acumulada de 1,2% nos últimos quatro meses", comenta Igor Cadilhac, economista do PicPay. Nos EUA, as atenções ficaram com o relatório de emprego Jolts, divulgado pelo Departamento do Trabalho norte-americano.
O documento indicou que as vagas de emprego em aberto no país subiram em janeiro, mas que é provável que a demanda por mão de obra diminua nos próximos meses, em meio a preocupações de que as tarifas e os cortes de gastos do governo dos EUA possam causar uma forte desaceleração na atividade econômica. *Com informações da agência de notícias Reuters