Confrontos entre apoiadores do atual e do antigo regime sÃrio deixaram mais de mil mortes desde o fim de semana, a maioria civis.
Entidades de direitos humanos denunciam tentativa de limpeza étnica.
O Ministério das Relações Exteriores divulgou um comunicado nesta segunda-feira (10) no qual informou que não há brasileiros entre as vÃtimas dos novos conflitos na SÃria, orientando aqueles que vivem no paÃs a deixarem a região.
Cerca de 3 mil brasileiros residem no local. O comunicado foi divulgado num contexto em que, segundo o Observatório SÃrio para os Direitos Humanos (OSDH), os recentes confrontos entre apoiadores do ex-ditador Bashar al-Assad, deposto em dezembro do ano passado, e os novos governantes do paÃs já deixaram mais de mil mortos, a maioria civis. Nesse cenário, surgiram denúncias de tentativa de limpeza étnica.
Diante do número de mortes, paÃses como Estados Unidos e Rússia já acionaram o Conselho de Segurança das Nações Unidas (ONU) para que tome alguma medida. "O governo brasileiro expressa forte preocupação com os incidentes violentos ocorridos, entre 6 e 9 de março, nas provÃncias de Lataquia e Tartus, na SÃria, os quais provocaram a morte de mais de 1000 pessoas, em sua maioria civis.
Ao expressar repúdio ao recurso à violência, sobretudo contra civis, o Brasil transmite condolências aos familiares das vÃtimas e insta as partes envolvidas ao exercÃcio da contenção", afirmou o Itamaraty. EUA e Rússia pedem reunião na ONU para discutir violência na SÃria "Reitera, ainda, sua posição em favor de transição polÃtica pacÃfica e inclusiva, com respeito da independência, unidade, soberania e integridade territorial da SÃria.
Não há registro de brasileiros entre as vÃtimas.
O Itamaraty, por meio do portal consular, atualizou o alerta recomendando aos nacionais não viajar à SÃria e, caso estejam no paÃs, a adotar as indicações de segurança das autoridades locais", acrescentou o governo brasileiro. Segundo o Observatório SÃrio, foram mortos, ao todo (até esta segunda-feira): 745 civis; 125 membros das forças de segurança sÃrias; 148 apoiadores de Assad. Rami Abdulrahman, chefe do Observatório, afirma que os civis mortos incluem mulheres e crianças alauitas, minoria xiita que apoiava Assad.
Ele afirmou, ainda, que o número de mortos foi um dos mais altos desde um ataque com armas quÃmicas pelas forças de Assad, em 2013, que matou cerca de 1,4 mil pessoas em um subúrbio de Damasco. Grupo se reúne durante funeral de vÃtima após centenas de mortes na SÃria Reuters/Orhan Qereman Alerta consular Um alerta consular foi emitido pelo Ministério das Relações Exteriores aos brasileiros que vivem na SÃria.
Entre outros pontos, esse alerta orienta aos cidadãos: deixar o paÃs, por meios próprios, até o "retorno à normalidade"; se não estiver na SÃria, não viajar ao paÃs; quem decidir ficar, que siga as orientações de segurança das autoridades locais; não permanecer em áreas de risco; não participar de aglomerações nem de protestos.