Presidente da Câmara ainda citou 'inflação e taxas descontroladas', cenário internacional 'desafiador' para contextualizar situação econômica do Brasil.
Haddad e Hugo Motta dão entrevista coletiva à imprensa Marina Ramos/Câmara dos Deputados O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta, afirmou nesta quarta-feira (12) que o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, precisa de mais apoio interno do governo federal.
Ao comentar sobre a agenda econômica enviada por Haddad ao Congresso, Motta ressaltou o apoio integral dos parlamentares. 'Tarifaço' de Trump: os impactos das taxas sobre aço e alumínio para o Brasil "O ministro precisaria muito mais às vezes de apoio interno que o apoio externo, porque a agenda dele era uma agenda aprovada, principalmente pelos partidos de centro, que tem uma preocupação muito grande com o desempenho econômico do país”, ponderou Motta.
A declaração foi dada em um evento do Lide, uma organização privada que reúne empresários e que, nesta quarta, discutiu a economia brasileira. Motta ainda destacou a importância de o governo Lula ter responsabilidade fiscal, de forma que a população não seja ainda mais penalizada. “Nós precisamos, sim, pontuar que não será possível promover uma política de promoção social com a inflação descontrolada, com a taxa de juros subindo a cada reunião do Copom, com o dólar, batendo os níveis que infelizmente vem batendo, com um cenário internacional desafiador depois da eleição novo presidente americano”.
Atualmente, a taxa básica de juros é de 13,25% ao ano.
A projeção é de novos aumentos nos próximos meses, com taxa superando 15% ao ano em meados de 2025, maior nível em quase 20 anos. “Se não entrarmos numa agenda de responsabilidade, teremos um período de muita dificuldade com essas taxas descontroladas e com o nosso povo, a nossa população sendo penalizado ao final”, prosseguiu.
O presidente da Câmara também reafirmou que a relação com Gleisi Hoffmann, nova ministra da Secretaria de Relações Institucionais do governo Lula, será de proximidade e diálogo. "É o início da relação, a ministra Gleisi está muito interessada em ter uma relação próxima com os líderes.
Eu sai muito esperançoso", afirmou. Motta defendeu ainda uma convergência entre os partidos para evitar o gasto de energia em discussões que não possuem resultado positivo, assim como de uma “agenda de radicalismos ou de enfrentamentos vazios”. Além disso, o deputado destacou a importância do Congresso buscar uma eficiência da máquina pública, com menos burocracias.
Para Motta, o caminho para isso é o uso da tecnologia.