Alexandre Padilha assumiu Ministério da Saúde na última segunda.
Ele substituiu NÃsia Trindade, que era criticada por congressistas do Centrão por falta de habilidade polÃtica.
Lula e Alexandre Padilha no Palácio do Planalto Ricardo Stuckert/Presidência da República O recém-empossado ministro da Saúde, Alexandre Padilha, brincou nesta quarta-feira (12) ao dizer que instalou uma "Unidade de Pronto Atendimento (UPA) do Padilha" no Congresso para atender a demandas de deputados e senadores que buscam recursos para viabilizar emendas parlamentares para seus estados. O ministro deu as declarações na Câmara dos Deputados, onde participou de reunião com lideranças partidárias nesta quarta. Nas movimentações pelo Congresso, Padrilha esteve com o senador Otto Alencar (PSD-BA), presidente da Comissão de Constituição e Justiça, para falar sobre projetos em tramitação na Casa.
Depois, esteve com o vice-presidente do Senado, Eduardo Gomes (PL-TO), para ouvir sobre uma demanda do estado do senador. Por fim, Padilha foi até a liderança do Governo na Câmara dos Deputados para articular com os parlamentares. "Eu tô (sic) instalando hoje a a UPA do Padilha aqui no Congresso Nacional.
[Aqui] foi só atendimento com o senador Eduardo Gomes, agora vamos lá pra dentro do governo, vamos atender os parlamentares lá", reforçou o ministro. Mudanças na articulação Padilha assumiu o Ministério da Saúde na última segunda-feira (10) no lugar de NÃsia Trindade.
A ex-ministra foi alvo de crÃticas do ex-presidente da Câmara Arthur Lira (PP-AL) e de parlamentares do Centrão por falta de habilidade na negociação polÃtica com o Congresso. Alexandre Padilha toma posse no Ministério da Saúde; Gleisi Hoffmann assume Relações Institucionais Padilha, que também foi alvo de crÃticas de Lira e de deputados do Centrão, estava na Secretaria de Relações Institucionais, pasta responsável pela articulação polÃtica do governo Lula com o Legislativo.
No lugar dele, assumiu a pasta nesta semana a ministra Gleisi Hoffmann, que até então era presidente do PT. Desde que foi eleito, uma das principais cobranças que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) fez aos ministros é maior articulação polÃtica junto ao Congresso.
E, desde que assumiu a pasta da Saúde, a ex-ministra NÃsia Trindade não conseguiu criar a aproximação com parlamentares que o presidente desejava. Além disso, interlocutores ainda apontaram que Lula estava reclamando da lentidão da implantação de várias medidas da área, como o programa "Mais Especialistas", aposta do governo para esses dois últimos anos de administração petista. Peso das emendas Um levantamento feito pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA), em outubro passado, aponta que até 2023 12,8% do orçamento do Ministério vinham de emendas parlamentares definidas pelo Congresso.
Ao todo, foram R$ 23 bilhões. Fachada do Ministério da Saúde. Walterson Rosa/MS Em 2024, as destinações de emendas para o ministério da Saúde totalizaram R$ 24,7 bilhões e foram feitas da seguinte forma: Emendas individuais: R$ 13.278.510.492 Emendas de bancada: R$ 3.728.153.323 Emendas de comissão: R$ 7.785.780.530 De acordo com o estudo, a evolução dessa dependência no orçamento só aumentou ao longo do tempo, quadruplicando em dez anos – eram 3,2% em 2014.